2 de abril de 2008

Eis que temos à nossa porta mais uma época de pesca sub

Eis que temos à nossa porta mais uma época de pesca sub. As Competições Nacionais estão para breve, e a água pouco arrefecida deste Inverno ameno promete boas pescarias mesmo em plena competição. Tendo em conta a estação e o objectivo de uma competição nunca é demais referir que todo o material empregue nestes dias deve de ser simples, funcional e de certo modo robusto. Há que ter em conta que as opções que se fazem antes de entrar na água vão ser decisivas, e isto vai implicar na escolha de equipamento. Armas grandes, de madeira, com mais de dois elásticos, com duas voltas de fio, etc., não se recomendam. Estas devem ser apenas as essenciais, uma ou duas, em que uma deles deve ser pequena, baby ou júnior. O fato deve de ser acima de tudo confortável e quente, visto que se avizinha uma permanência prolongada na água e muita barbatanada. As barbatanas devem de ser macias a fim de sobrecarregar ao mínimo as articulações e músculos. Um outro aspecto muito importante é o comportamento do peixe que nos dias de prova nada tem a ver com um dia normal. Ao ponto de por vezes o peixe entocar quando normalmente nunca o faz. Por fim a maré, que influencia a vida de todos os peixes, e que devemos ter em conta para saber se temos mais hipóteses junto à costa ou mais por fora da costa.

Se optarmos por caçar nas baías, boas para a pesca sub, devemos caçar sempre encostado, na ronda dos 1-6 metros, aqui vamos encontrar várias zonas com buracos, onde o uso da lanterna é obrigatório. Antes de se começar a caçar ao buraco, devemos primeiro fazer uns “agachons” para ver se não anda nenhum robalo ou peixe maior nas redondezas. Depois de uns agachons e antes de se começar a caçar ao buraco devemos caçar à índio, tentando entocar os sargos que ainda não tenham entocado. Devemos ir sempre à borda/espuma pois aí andam de certeza umas boas tainhas e salemas. O problema desta zona é que costuma arear com facilidade e assim muitos dos buracos e alimentos mais procurados pelo peixe desaparecem.

Se optarmos caçar mais por fora temos de ter mais paciência, pois a pesca aqui não será tão fácil. Ao sairmos da praia encontramos zonas muito fracas de peixe, podem-se encontrar tainhas e salemas na espuma e uma ou outra abrotea, mas pode vir a ser ingrata.
Na minha opinião devemo-nos “montar” na prancha ou na bóia e ir para a primeira baía afastada da entrada. Uma vez aqui chegados devemos encostar à espuma e vamos com certeza encontrar tainhas e salemas que são na verdade os peixes mais valiosos em competição. Depois da borda de água verificada e já com a lanterna na mão, devemos passar para a cota dos 4/8 metros e começar a caçar à índio, onde vamos com certeza encontrar bodeões, sargos, abroteas, rascaços e talvez um robalo.


Em zonas como a praia do burrinho que é já bastante conhecida e que se encontra numa zona onde já se disputam competições há muitos anos, o peixe sabe muito. Como tal, o peixe aqui sabe perfeitamente que é um pescador sub e raramente dá mais de uma hipótese. É um pouco uma zona de tudo ou nada. Tem um ambiente de borda de água óptimo, onde é possível que saia a pescaria do vencedor. É uma zona com muita vida no geral, principalmente com maré-cheia e, ou, mar com alguma força. É também possível que não tenho vivalma, tanto a norte como a sul. Neste caso a alternativa é rumar para fora em procura das famosas galerias onde é possível capturar de tudo um pouco mas em menores quantidades. Esta zona é famosa pelos seus grandes robalos que por vezes brindam alguns atletas, budiões, sargos, safios, rascassos, abroteas, pargos, douradas, e tudo mais. A arma aqui mais adequada deve ser uma standard ou metro no caso de mar bom e água limpa. No caso de visibilidade reduzida ou mar com força uma júnior ou 82. Por vezes nesta zona ocorrem 8-10m de visibilidade mesmo com mar com força e neste caso armas superiores a 82cm perdem muita mobilidade que é indispensável numa zona onde é peixe é desconfiado.

O cabo de Sines é provavelmente a zona em que a caça na borda de água vai ser mais importante. Aqui o peixe circula muito em função da maré e saber adequar as técnicas em função da hora desta vai ser indispensável. Loga à entrada na àgua há um sem número de pedras boas que saltam à vista com uma espuma deliciosa para o peixe mariscador. Mas atenção, os grandes e belos sargos e robalos da espuma de Sines têm um doutoramento em técnicas de envasão ao caçador sub. Fatos bem camuflados e uma atitude reptilicia no fundo podem ser a chave de algumas presas. Se a maré for vazia ou estiver a vazar então as zonas de meia profundidade (5-9m) dão abrigo a grandes cardumes de tainhas e salemas que proporcionam óptimas oportunidades para pontuar boas presas. É sempre possível capturar bons robalos e bons sargos nestas circunstâncias, mas nunca esperem só pelo peixe “fino” porque pode correr mal. Nestas zonas também é possível capturar alguns budiões válidos, mas atenção que esta espécie é mais rara e não porporcina grandes capturas. A arma a utilizar deve de ser escolhida em função das condições do dia. Mas no geral uma boa júnior ou standart com tubo de 25mm simples e maneável costuma valer o dia de caça nestas paragens.

Nunca é demais referir, cacem em segurança, sejam modestos com as condições do mar e as capturas, e transportem apenas o essencial.
Boa Sorte e divirtam-se!

Vitor Oliveira e Pedro Nunes

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